segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Um dia dedicado à nossa Mãe do Céu, a quem tanto honrastes, servistes e amastes querida IRMÃ M. ALFREDA PATRINI...

O Senhor da Vida te chamou para viver na plenitude da VIDA, que Ele nos prometeu... Preparastes aqui seu banquete de eternidade... Aí serás alimentada para sempre – “Eu Sou o Pão da Vida, quem come deste Pão viverá para sempre...” Assim será assegurada a preocupação da pequena Sophia Maia Pessoa, de 4 anos, aluna do Pré-Escolar I, do Instituto Imaculada Conceição; a quem tanto acolhestes e fostes por ela acolhida que me disse: Ir. Ângela a Ir. Alfreda morreu né, ela não vai mais me abraçar? Como ela vai comer? Ela não vai voltar não? E assim, na simplicidade das crianças e adolescentes, acolhíamos as expressões de carinho e amor: no momento em que estava sendo velada, estava lá um adolescente – José Coca – 11 anos, aluno da 6ª série, sentado no primeiro banco da capela, o mais próximo do caixão; com sua camiseta da “Infância Missionária” e sua dezena do “Terço missionário” na mão rezando, profundamente compenetrado. Aproximei-me e perguntei: você está rezando por nossa irmã? E choramos... E ele disse: eu não falava muito com ela e nem ela comigo, mas a via sempre na cantina e na nossa paróquia Imaculada Conceição. Eu trouxe aquela flor para ela e apontou para o caixão, onde havia colocado. E perguntou com tristeza: irmã a senhora me assegura que esta flor que eu trouxe pra ela vai junto com ela? E eu respondi: sim, com certeza, pode ficar tranqüilo. Este adolescente é coroinha, serve o altar de nossa igreja e logo pensou e disse: se o padre for celebrar a missa e precisar de ajuda eu vou ajudar, vou servir o altar e saiu para falar com o Pe. Frico. Passou o dia todo no velório – conosco – Fui agradecê-lo por este gesto e ele disse: eu gostava muito dela. Ainda, a jovem Natália Lima, do Ensino Médio, abraçou-me aos prantos dizendo-me: irmã nossa irmãzinha parou de sofrer; ela foi a Irmã que deu um jeito no meu pai.

Deixastes um VAZIO... Onde estávamos juntas, sinto a sensação de que alguém está faltando... É verdade, falta a sua presença física; porém, na fé e na força do Ressuscitado continuas presente com sua presença acolhedora, com seu sorriso de alguém feliz, realizada, amante da vida, doada-entregue totalmente aos pobres, ao Reino, mulher de fé, inspirada na grande Mulher - Maria, a Serva Fiel.

Sentimos sua falta, mas experimentamos a alegria de tudo que vivemos na caminhada de nossa comunidade; afinal fostes e continuarás sendo a irmã-amiga que sempre encontramos no cotidiano da vida.

Ir. Alfreda nossa eterna gratidão por sua preciosa presença! “Presença que fará falta entre nós”, como disse nossa psicóloga Adriana Pessoa.

TI AMAMOS!

Tuas Irmãs Ir. M. Juliana, Ir. M. Cláudia, Ir. M. Raquel, Ir. M. Cirlanda,
Ir. M. Clélia, Ir. M. Sandra Regina e Ir. Ângela Maria

sábado, 5 de junho de 2010

1° Acampamento da Vida Religiosa Mineira



Nos dias 28 à 30 de maio vivemos uma experiência muito rica de acampamento, promovido pela CRB Regional de Belo Horizonte.
Teve como Tema: “Acampamento: Desafios, Intinerânçia e Esperança”, Lema: “Vida Religiosa Consagrada ..Um belo horizonte, à luz do texto do Profeta Isaias “ Alargue o espaço da sua tenda”(54,2).
O evento foi acontecendo com momentos de orações bem profundos, momentos formativos provocantes e muita animação.
A acessória destacou como desafios:
• Intinerância: Abandonar as coisas de um projeto e construir outro povo (êxodo), sair de nossas comunidades, do conforto e fazer a experiência que muitas pessoas vivem, por exemplo os sem terra que morram em acampamentos.
• Intercongregacionalidade: cada congregação é um pedacinho do Evangelho, por isso são vários carismas, mas um só projeto, Seguimento de Jesus Cristo. Foi muito rico também a presença da juventude que está na formação inicial até as Irmãs de cabelos brancos que já tem bodas de ouro; a presença dos leigos muito significativa em nosso acampamento.
Acampamento é algo provisório, porém temos que carregar a esperança, nos desinstalarmos e alargar as nossas tendas.
Que a força da Trindade acampada no meio de nós, alimente nossa tenda e nos ajude a esticar as cordas e fincar estacas firmes.
Encerramos com uma caminhada Ecológica, com a celebração Eucarística na Praça São Francisco perto da Lagoa da Pampulha a animação contagio as pessoas que estavam no parque fazendo-as participes de nossa alegria pela vida. Fechamos nosso dia com o Hino que nos acompanhou os três dias:

Apareceu lá no acampamento
Montou a sua tenda entre nós
Compartilhou dos nossos sentimentos
Ouvia pressuroso a nossa voz

Shekinah Emanuel
Deus desceu do céu
Visitou se revelou
Deus se revelou

Impressionou por sua caridade
Chorou com quem chorava demais
Foi semeando luz e liberdade
Encheu o acampamento de paz.

Monica Santos (Noviça SMR)

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Juventudes


Eu não penso em um jovem bonzinho que não contesta, não discorda e constrói seus alicerces em pensamentos que não são seus, mas um jovem que seja capaz de pensar e construir aquilo que provém de uma profunda reflexão. É preciso parar, ver, ouvir e acreditar.
Giselle

“Aproximar valorizando a vida! Eis nossa missão com as juventudes”


Encontro de formação

As Servas de Maria Reparadoras desde 2009 proporcionam aos professores e funcionários de suas escolas de Rio Branco (Instituto Imaculada Conceição e Instituto São José) cursos de formação com a temática “Juventudes”. Neste final de semana (30/04 e 1º/05/2010), cerca de sessenta pessoas, dentre estas, professores, religiosos e jovens reuniram-se no auditório do Instituto São José, que na ocasião está completando 52 anos de fundação, para discutir o tema “Juventudes em ano de discernimento”, sob a orientação do Frei Rubens Nunes Mota, da Ordem dos Franciscanos Capuchinho, Psicólogo, Teólogo e Assessor da CRB Nacional para juventudes.
O encontro teve início na noite de sexta feira (30/04) com uma belíssima apresentação do Hino Acreano coreografado e um momento de oração direcionado pelo professor de Religião do Instituto Imaculada Conceição, Randerson. Seguindo com a apresentação dos participantes, que, a pedido do Frei Rubens, também colocaram suas inquietações no que diz respeito ao trabalho com as juventudes. Outra atividade importante desta noite foi a reflexão sobre como percebemos os jovens e como estes nos percebem, na ótica dos professores, da equipe pedagógica das escolas e dos religiosos e religiosas.
A manhã de sábado teve início com um momento de reflexão e oração organizado pela Ir. Marilene SMR, que proporcionou a percepção da necessidade de se conhecer melhor os jovens para poder ajudá-los.
Frei Rubens apresentou os fundamentos de sua metodologia de trabalho, abordou o tema “Juventudes em ano de discernimento”, esclarecendo o termo juventude no plural, situando-o historicamente e proporcionando a compreensão da temática a partir de alguns slides. E para tornar o encontro mais produtivo Frei Rubens propôs a elaboração de um projeto para ser desenvolvido nas escolas Imaculada Conceição e São José, como também uma análise sobre o trabalhos das religiosas com os jovens. Os jovens presentes, também deram sua contribuição apresentando sua percepção das realidades em que estão inseridos.
No período da tarde, Frei Rubens apresentou o texto “As portas” (Libânio), que proporcionou a compreensão das diversas formas de aproximação das juventudes, e as possibilidades de outras portas que não foram citadas no texto.
Os projetos elaborados pelos participantes foram apresentados por seus relatores e analisados na plenária. Um tema que foi comum a todos é a questão da violência que a juventude vem sofrendo e foi proposto a realização de uma ação conjunta enfatizando o problema (a marcha contra a violência).
A mesa redonda foi a última atividade do dia, foi composta por cinco jovens de diversos segmentos, duas jovens em situação de risco, uma ex-aluna do colégio Imaculada conceição, uma jovem religiosa e uma representante da pastoral da juventude do Acre. Esse momento foi interessante por ter oportunizado uma conversa descontraída e às vezes emocionante entre os participantes e a jovens entrevistadas.
Este encontro possibilitou a discussão sobre um tema muito polêmico, porém de fundamental importância para todos os que trabalham com jovens, seja nas escolas ou nas comunidades. Frei Rubens conduziu o encontro com muita sabedoria e com certeza, contribuiu significativamente para ampliação dos conhecimentos e discernimento dos participantes.

Jorgete Corrêa Lima Migu (Instituto Imaculada Conceição)

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Encontro JUVENTUDES

A Congregação das Irmãs Servas de Maria Reparadoras proporciona um encontro sobre a Juventude.
* Como ajudar os jovens a acreditarem na realização da vida.
* Educadores, alunos, gestores, jovens, religiosos e religiosas, professores e professoras participam do encontro de formação com o tema: Juventude em ano de discernimento.
* Participantes do encontro falam sobre suas inquietacões a respeito dos jovens.
* Nossa missão com escola e aproximar valorizando a vida!
Professora Esmelina de Souza Boni ( Instituto São José)

terça-feira, 30 de março de 2010

20 anos de presença na Bolívia


PINTAME BOLIVIA
Christian Benítez

Píntame amarillo, píntame de verde,
píntame de rojo soy Bolivia y su gente.
Cúbreme de espuma, báñame de mar
y mira como me hago el perdido Litoral.

Porque Bolivia es el trabajo y la esperanza de crecer,
son los niños, son los campos, es lo que hagas tu nacer.
Si es que crees en mi canto hazte Bolivia tu también
y ven a unir conmigo tu esperanza y tu fe.

Riégame de lluvia, siémbrame semillas,
y mira como crecen en mí los campos de Bolivia.
Búscame en la mina o en la selva virgen
y en la cumbre andina hazte parte de mi origen.

Porque Bolivia es el trabajo y la esperanza de crecer
son los niños, son los campos, es lo que hagas tu nacer,
Si es que crees en mi canto hazte Bolivia tu también
y ven a unir conmigo tu esperanza y tu fe.

Porque Bolivia es el trabajo y la esperanza de crecer
son los niños, son los campos es lo que hagas tu nacer,
Si es que crees en mi canto hazte Bolivia tu también
y ven a unir conmigo tu esperanza y tu fe.

Píntame amarillo, píntame de verde,
píntame de rojo soy Bolivia y su gente.

CAMINOS PARA LA LIBERTAD (Anselm Grün)


“Abrir nuestra maleta, dejar escapar los papeles donde están escritas las líneas de nuestra vida y dejar que del resto se encargue el Señor…”

El libro de Anselm Grün nos da líneas para lograr la tan ansiada libertad interior, aquella que todas anhelamos, pero que pocas alcanzamos.

El primer paso para lograr la libertad es sentirnos hijos e hijas de Dios, darme cuenta que no le pertenezco a nadie y que nadie me pertenece. “El ser humano pertenece a Dios, porque es hijo e hija de Dios, y porque es imagen de Dios. El hecho de ser imagen de Dios libera al hombre de todo poder humano.”

Somos seres humanos creados libres, nacimos para vivir en plena libertad y prueba de eso es nuestra propia vida, que es don gratuito de Dios, por lo tanto ella no es comprada, no tenemos a quien exigirle el cambio o la devolución de nuestro dinero si sale imperfecta, como es gratuita no exige derechos sobre ella, sino retribución y con ello el compromiso de ser bien vivida.

Pero, la libertad del ser humano es a veces mal entendida y la tomamos como el hecho que podemos hacer todo sin importarnos los demás, en aras de la libertad invadimos naciones y provocamos muerte, y otras tantas actitudes que no son más que caricaturas de la libertad, como reza un slogan por allí: “mors tua, vita mea” (Tu muerte es mi vida), y nos quedamos en la superficialidad de lo que encierra en sí la verdadera libertad. Anselm Grün, por medio de las Sagradas Escrituras y de algunos pensadores griegos y padres de la Iglesia muestra que; a través de los años la actitud de libertad ha perdido su real dimensión, y nos encamina para hallar nuevamente lo que por siglos fue tan valioso para la humanidad.

La pieza clave para encontrar la verdadera libertad es la Vida Espiritual, ella como un ejercicio constante de vida interior, del silencio que Dios necesita para comunicarse con nosotras, de elaborar una morada sólo y exclusivamente para Él en nuestro corazón. Sólo encontrando y conquistando ese espacio podremos tornarnos seres humanos libres viviendo con otros seres humanos en armonía. “Es una persona libre. Ella no depende de las opiniones de otros. Ella descansa en si misma. Es libre en su pensar y su sentir. Está en contacto con la realidad. Cuando se encuentra con alguien se da integralmente en el encuentro. Es libre para dedicarse enteramente y de modo individual a una u otra persona. Es libre de cálculos, de lo que las otras personas puedan pensar de ella. Es libre porque el Espíritu de Dios la caracteriza, porque tiene en Dios su fundamento y por eso no necesita constantemente tomar en cuenta la reacción de otros.”

Entonces, arriesguemos a mirar para adentro de nosotras…
Jessica Díaz Castro
Novicia-SMR

domingo, 14 de março de 2010

Encontro com o assessor das Juventudes da CRB Nacional frei Rubens


Nos dias 30 de abril a 2 de maio de 2010 acontecerá em Rio Branco o encontro sobre as juventudes, o mesmo será assessorado pelo Frei Rubens atual assessor do projeto Juventudes da CRB Nacional.



Juventude ou juventudes: Compreendendo a diversidade!


Começo esse artigo parabenizando as irmãzinhas da Imaculada Conceição por conseguir priorizar a reflexão sobre o trabalho com juventudes ao ponto de construírem um projeto da Congregação. Perceber o empenho das irmãs nesse sentido foi animador, pois somente formando essa rede em prol das Juventudes conseguiremos a compreensão necessária para uma maior aproximação dessa realidade.

Escrevi na convergência (julho/agosto 2009.XLIV.no 423) sobre esse tema, porém trazendo presente o Projeto da CRB nacional e todo movimento que a Igreja da América Latina e Caribe está fazendo nesse sentido. Nesse artigo proponho a reflexão sobre o termo “juventude” com base em três instâncias ou organismos que refletem essa terminologia. A Social que, a partir da década de cinquenta, entende a nomenclatura como uma fase de preparação . Esta é cunhada para um período da vida em que a pessoa não é criança ou adolescente dependentes de cuidados familiares, mas ainda não tem habilidades suficientes para ingressar no mundo do trabalho e assumir responsabilidades. A ONU define juventude a partir do cronológico, ou seja, jovens são os que estão entre as idades de 15 a 24 anos (Souza, 2008). Para a Psicologia é uma fase que pressupõe um nível de maturidade diante do processo constituído socialmente e que venha possibilitar a emancipação futura, quando adulto.

Essas reflexões apontam que é necessário observar as transformações do indivíduo, tanto fisiológico quanto cultural nessa fase para evitar a padronização e rotulação que reduzem. Ao mesmo tempo, é uma construção histórico-cultural que aponta para um sujeito (Waiselfisz, 2007) que se constitui socialmente a partir das relações. Devido a essa compreensão, enquanto fase, passagem e transitoriedade, temos como consequência a desconsideração da pessoa, uma vez que, acentuando a fase de preparação o que passa a ter valor é o futuro, quando estará pronto para o mercado. Apontamos que essa compreensão tende a uma imagem esteriotipada, onde o jovem é visto como instável, sem compromisso, não considerado na elaboração de projetos, mas como tarefeiro/mão de obra barata, que só é chamado para executar.

Contudo abordar essa ‘categoria’ a partir do termo juventude tem reduzido sua compreensão como fase de preparação, fazendo com que surja outro problema que é sua generalização. Vista no singular, a juventude sofre com a padronização e rotulação justificando as expressões: “no meu tempo era assim...”, “grupo de jovens tem que ser assim...”. Compreender a diversidade de jovens que há, tanto no meio eclesial quanto no secular, ajuda a entender a singularidade de cada grupo.

Perceber que não há somente um tipo de jovem em uma realidade única penalizado com essa configuração que reduz e generaliza, mas que as juventudes, no plural, por ser diversa (Souza, 2008) são susceptíveis às crises. O termo crise implica em processo de revisão que desinstala e provoca mudanças. Nesse sentido todos nós passamos ou deveríamos passar por essas! Contudo a fase juvenil tem como característica as buscas, experiências que ajudam pensar o projeta de vida. Essa pluralidade juvenil se dá nos diversos campos culturais, como nas diversas realidades em que se encontram; tanto no meio eclesial (pastorais e movimentos), quanto no meio secular/social (Emos, moda, seguimentos...). Contudo, por já sofrer com a desassistência e padecer com os preconceitos essas juventudes se vêem excluídas dos nossos meios, tendo que criar formas alternativas para cultivar as relações (Revista Época, nº 578). Essa situação agrava para os jovens que dependem do ensino público e sofre com o déficit escolar. Outros trazem o sofrimento da “desestrutura” familiar e todos penam com a falta de opções no campo de trabalho. Obvio que essa situação provoca crise e confusão frente ao Projeto de Vida. Se nós, adultos passamos por crises, por que não ter paciência com os questionamentos e inconstâncias próprias de uma fase tão penalizada pela sociedade?
É necessário perceber que o jovem tem o direito de ser percebido em si mesmo, ou seja, que ser jovem traz seu próprio sentido e que seus valores podem ser verificados nessa fase que é muito mais do que a idade, é o reconhecimento de sua existência. Essa reflexão pode ser mais animadora e projetiva do que a frase costumeiramente ouvida: “o jovem é o futuro de amanhã”. O que sabemos é que nesse “amanhã” ele poderá ser qualquer coisa, menos jovem. O futuro depende do hoje! Se valorizarmos o jovem e investirmos em seu protagonismo (Souza, 2008), o futuro melhor que sonhamos terá maiores condições de ser presentificado.

Vislumbrando Horizontes

A Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) em sua XXI Assembléia Nacional ocorrida em julho de 2007 em São Paulo priorizou as Juventudes que não estão no meio eclesial, sem abandonar jovens que já estão no meio eclesial, mas para que, a partir deles, se possa chegar àqueles e aquelas que ignoramos. Esse olhar para fora de si mesma em prol das juventudes pode evitar um abismo maior, um verdadeiro desastre “ecológico” irreparável. Acrescentar esse S já preconiza a diversidade que se quer atingir, não somente jovens que estão no meio eclesial, mas as juventudes que não conhecemos. Essa reflexão tem despertado para o que é primário e secundário nos trabalhos com juventudes. A priori se percebe que a aproximação com a juventude traz o interesse institucional: queremos mais jovens para a catequese, para o grupo de jovens, para a liturgia, para as nossas congregações... Esse querer é lícito diante da missão que acreditamos ser continuidade do Reinar de Deus, contudo se torna secundário quando notamos que, sem a vida dos jovens não é possível convite para um projeto, seja na comunidade ou na congregação. Sem a vida não se pode pensar em projetos, por isso essa é primária.

No Seminário nacional entre os dias 29 e 31 de maio de 2009, na Escola Nacional Florestan Fernandes – Guararema-SP as Pastorais de Juventude do Brasil (PJB), escreveu uma carta manifesto, fruto desse importante mutirão (incluindo CRB e CNBB) que quer se tornar uma campanha:

Reuniram-se no Seminário Nacional das Pastorais da Juventude do Brasil, construindo, em mutirão, a Campanha Nacional contra o Extermínio da Juventude, nascida na 15ª Assembléia Nacional das Pastorais da Juventude do Brasil, com o lema: Juventude em Marcha, contra a violência. Acreditamos numa sociedade sem racismo, sem machismo, sem sexismo e sem homofobia. Cremos no fim de todas as prisões, no fim de todas as formas de extermínio, na construção de outras formas de organização da sociedade e na utopia de um mundo sem oprimidos/as e sem opressores.

Diante dessa realidade, nos sentimos interpelados/as a fazermos um movimento em direção às juventudes, focando primeiramente em suas necessidades e não nas instituições. Para tanto, assumimos um projeto comum, como Igreja do Brasil, o projeto proposto pela Conferência dos Bispos da América Latina (CELAM). Esse projeto pressupõe um planejamento com duração de 4 anos, contendo as seguintes etapas:

1º - (2008) – Ano de encantamento em vista de uma adesão à causa do jovem, da pessoa do jovem.

2º - (2009) – Escutar os jovens com a escuta de Jesus. Sair em missão rumo ao jovem, em seus lugares concretos (espaços vitais). O que interessa é a pessoa do jovem e, para isso, é preciso entendê-lo. Como está o sentido da vida desses jovens? Escutá-los em suas diversas realidades (exclusão nas ruas, prisões...). O movimento da Igreja e da Vida Religiosa deverá voltar-se em especial para o jovem, percebendo sua realidade. Olhar e perguntar a partir do sujeito, sem pré-conceitos (as tatuagens, danças...) o que isso quer dizer?

3º - (2010) – Discernir - ver o que pode ser feito e acompanhar o processo. Sistematizar as contribuições e trabalhar a proposta de um documento final.

4º - (2011) – Conversão em prol dessa causa. Numa atitude missionária, mudar de rumo se for necessário, em vista de um seguimento fiel e coerente com o Evangelho no caminho de encontro com os jovens.

A CRB Nacional, no que diz respeito à essa prioridade, não tem a pretensão de trazer necessariamente o novo, mas ampliar as realidades encontradas. Esperamos, a partir desse projeto e, principalmente da missão da escuta, encontrarmos pistas que possam nos ajudar nessa aproximação das juventudes. Uma constatação já temos, de que não é possível atingirmos esse objetivo isoladamente, olhando somente a partir de nossa Congregação ou Instituto, é preciso somar forças, formar uma rede em prol dessa causa.

Frei Rubens Nunes da Mota, OFMCap.

Referências bibliográficas:
Convergência (setembro/outubro 2009) XLIV No 424.
Revista Época, 15 de julho de 2009, No 578, P. 64-71.
Souza, R. M. (2008). O discurso do protagonismo juvenil.São Paulo: Paulus.
Waiselfisz, J. J. (2007). Relatório de desenvolvimento juvenil. Brasília-DF: Ed. RITLA

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Las Nuevas Generaciones avanzan en las SMR...


Nuestra querida familia de Siervas de Maria Reparadoras esta feliz, por la llegada de tres jovenes a la comunidad del noviciado latino americano, que se encuentra en Belo Horizonte, estado de Minas Gerais, Brasil.


Damos gracias a Dios por ese Si de Jessica (Perú), Patricia ( Bolivia), Monica (Brasil), que con gran entusiasmo, alegria y perseverancia se animan a dar un paso mas y seguir optando por el Seguimiento de Jesús, dentro de la vida religiosa.


Que este testimonio, animen a otras jovenes a seguir buscando su lugar en la vida, sin miedo de decir que si, si sienten el llamado o la invitacion a una opción mas radical.


Continuamos rezando por ellas y por sus familias, que generosas y a la distancia, acompañan sus opciones.


Comunidade M. de Nazare

sábado, 20 de fevereiro de 2010

"TODO EMPIEZA DE NUESTROS CORAZONES..."


Enero: tiempo en que las montañas y el suelo de Oruro se mezclan con las nubes y el sol, la tierra bebe la cálida lluvia que busca donde correr, el frío acaricia por las mañanas las manos y rostros descubiertos, y el verde pide permiso a las ramas para colorear su aridez… Ya el clima es diferente a lo acostumbrada en enero, y aunque por la mañana hay 6º de temperatura, para los orureños este es el verano.
Me tomo el atrevimiento de escribir, siendo que un mes en un lugar es muy poco para conocerlo; pero sí ayuda a palpar ‘un poco’ la cultura y el contexto social, político y económico que vive el país. Llegamos con Nora (una joven de la parroquia Sta. Mónica y S. Agustín de Córdoba, que compartimos muchas misiones), justo en un tiempo de grandes cambios, cuando Evo Morales Ayma asume por segunda vez la presidencia con el 65% de los votos a favor, con la propuesta de un “Estado Plurinacional”, que tiene como base un “Gobierno Socialista”. En el diario “La Patria” del 24 de enero (dos días después de asumir), Evo nombra a su nuevo gabinete ministerial, que tiene la participación de 10 mujeres y 10 varones. Éste es un momento histórico en el que se reconoce la equidad de género y hay muchas esperanzas puestas para el progreso, por lo que generará la igualdad de participación entre las distintas clases sociales y culturales.
El primer acto fue en Tiwanaku, lugar donde vivieron los antiguos indígenas, “cultura precolombina desarrollada en el altiplano boliviano”, que entre otras costumbres adoraban a la Pachamama, que era el ‘espíritu femenino’, por lo tanto a la Madre Tierra se debe cuidarla, protegerla, porque es fuente de vida, también está vinculada al ciclo agrícola, que hace parte de su subsistencia cotidiana. En la plaza del mismo pueblo hay un escrito de Marcelo YaKsic Vera, que dice: “Todo empieza de nuestros corazones, esa relación del hombre con la naturaleza y el cosmos. Todos al ser hijos del mismo sol, debemos retornar a un orden natural de las cosas y fluir como el río que no conoce fronteras”; aquí también vemos el reconocimiento al Sol, como manifestación de la luz como lo Sagrado, también en el museo de este pueblo está la Puerta del Sol, del antiguo Templo (alrededor del año 500 y 1000 d. C.), donde se sigue escavando con mucho sacrificio y entusiasmo a pesar de las precarias situaciones económicas.
En la realidad actual, es un país donde se entrelazan los ritos religiosos con creencias populares; el trabajo sacrificado de los mineros y las mujeres comerciantes con la fiesta del carnaval; la aridez del clima con los colores de los aguayos; el dios místico Ekeko con la devoción a la Virgen del Socavón, etc…
Es en este contexto donde Evo asume nuevamente, siendo él también indígena y originario de Oruro, por tanto viviendo con fidelidad las tradiciones de los pueblos nativos y reconociendo con mucha claridad sus raíces.

Vuelvo al diario La Patria del mismo día, en un rincón un poco escondido, hay un informe oficial de la gestión de Sayariy Warmi, una ONG, sobre casos de violencia intrafamiliar en Oruro. El artículo dice que de acuerdo al informe de la directora de esta organización, Erika Auza, “llama la atención la dependencia al alcohol de muchas madres solteras y en algunos casos con su pareja, lo que origina el frecuente abandono de sus hijos. A esto se le suman los casos de consumo de drogas que representa otro problema a consecuencia de la adicción, que incrementa los casos de violencia extrema, violación sexual contra los hijos y la desintegración familiar”.
Esta situación es la que quiero resaltar, un gobierno que ya viene haciendo camino y sigue creando opciones de inclusión por los/as más excluidos/as, pero que todavía no alcanza a responder a los más indefensos, a los niños que son consecuencia de este sistema. Es aquí donde las SMR estamos presentes, para intentar Reparar con nuestra humilde colaboración; donde nuestras hermanas de Congregación están donando su tiempo y capacidades al servicio de estos niños que son los más necesitados.
Nosotras simplemente nos sumamos a compartir con ellas la experiencia de pasar unos días juntas y ser testigos de esta obra, para seguir apostando por la vida. Esta es una de las cruces de este pueblo, (no muy diferentes a las de mi país y de tanto otros, donde es tan grande la brecha entre ricos y pobres).
Es bueno resaltar que en medio del abandono, de la violencia y explotación, pudimos hacer experiencia de niños que viven sus dificultades, aún sin saberlo, con mucha alegría, con espíritu de fiesta, con ganas de compartir con otros y sobre todo con mucho ánimo por jugar aprendiendo.
Esta es solamente una visión personal del poco tiempo de experiencia en Oruro, la cultura es mucho más rica y compleja de lo compartido, sin duda que desconozco más de lo que conozco… Sí creo que “todo empieza en nuestros corazones”, cuando intentamos guardar en él los acontecimientos que nos llenan de alegría en cada latido y nos animan a seguir revitalizando una vida mejor para nosotras y para aquellos que el Señor nos coloca en el camino.
Que Dios por medio de nuestra Madre siga bendiciendo a los niños y nosotras dejemos que ellos vayan a Él.

Hna. M. Marisa D. Stechina

ENCONTRO COM O GRUPO RESPONSÁVEL PELA ASSOCIACÃO NOSSA SENHORA DAS DORES - Rovigo, Itália, 11 – 16 de fevereiro de 20


Realizou-se em Rovigo, cidade onde aconteceu o encontro entre Maria Inglese, terciária da Ordem dos Servos de Maria, que intuindo que a mãe Maria, não estava sendo devidamente amada, a essa inspiração, deu o nome de – Reparação.
A Reparação à mãe Maria, divulgou-se, expandiu-se, homens e mulheres aderiram nascendo o movimento cujo nome na época era Pia obra, hoje, vinte anos depois, recebeu o nome de Associação Nossa Senhor das Dores.
Nossa Congregação, Servas de Maria Reparadoras, mantém o Santuário de Nossa Senhora das Dores, pequena capela-santuário, uma comunidade de Irmãs que desenvolve atividades de cultivo da vida cristã, cultivando a formação mariana nos vários aspectos, com atenção ao movimento da Associação Nossa Senhora das Dores, grupos presentes na Itália, Brasil, Costa do Marfim\África, Portugal países que somos estamos em missão.
Como estamos celebrando estes vinte anos e em 2011 será o ano dos leigos\as e jovens, nos encontramos para celebrar este ano de 2010 e preparar 2011.
Aqui no Centro Mariano, somos mais ou menos 40 pessoas.
O primeiro dia da celebração estivemos sob experiências de outros movimentos de espiritualidade leigas. Por isso, tivemos a partilha de um casal, com a espiritualidade dos salesianos e um Padre salesiano, uma associada da congregação das irmãs Canossianas: Adelisa e Lorenza, esta é a responsável geral. Casada e o marido também é associado. Adelisa ainda não é associada e o marido também não, segundo ela. Mas quem sabe?
Possuem a espiritualidade de Jesus crucificado, no seu amor, na sua obediência, na sua pobreza. Todos- grupos de associados se chama pequena Nazaré. Fazem uma preparação de cinco anos, ao final fazem o compromisso definitivo, cada ano renovam o compromisso. A formação deles e delas é através da oração para estar na presença do Senhor, possuem direção espiritual regular, atuam na paróquia, cujos padres são da ordem dos Canossianos..
Fazem uma missão especifica, chamada Centro de Escuta, possuem neste centro uma Assistente Social, com a professora-pedagogoa, formam mulheres na arte de cozinhar, passar roupa – formação profissional para o mercado de trabalho. Alguns associados se revezam na manutenção da casa de Escuta.
A jovem Adelisa, disse uma frase interessante: “a associação olha para o futuro”, e lhe perguntado o que significava isso. As respostas tanto dela como da outra que apresentou a espiritualidade foi: preocupar-se pela formação dos membros e dos jovens a partir da vida da fundadora – (Madalena de Canossa) com experiências de amor-caridade durante feriados ou fim de semana. Depois levá-los a praticar algum gesto de caridade; formar-se para formar outros membros, especialmente casais. Missão que ligue o presente do grupo acolhendo as luzes que o presente traz a luz do carisma. Olhar com atenção a mulher pobre.
O casal da espiritualidade salesiano: ele era ateu convicto, depois que conheceu a esposa, que por sua vez foi à França no Santuário de Nossa Senhora de Lourdes, e pediu à Virgem que não queria ser freira, muito menos casar, mas se fosse para casar que ela lhe mandasse um homem que partilhasse a Fé com ela. E surgiu este, dai começaram um trabalho de catequese pré matrimonial com os padres salesianos, veio a conversão, a espiritualidade ele è engenheiro e ela trabalha com doentes anciãos à noite em um hospital. Sentem muito o apelo de formar os noivos e os casais. Atualmente são responsáveis nacionais dos grupos dos salesianos. A espiritualidade é mariana – nossa senhora Auxiliadora, possuem livros de formação. A finalidade do grupo é a santificação e o apostolado.
Tanto as duas mulheres como o casal estiveram, pela associação da qual fazem parte, na America Latina – Argentina e Bolívia viram a pobreza de perto e voltaram mais sensibilizados.
Outro momento importante foi o Sábado, onde Ir. Grazia Comparini, Assistente Geral, falou sobre os vinte anos da associação (o conteúdo foi enviado pela mesma, para as Irmãs Assistentes Provinciais), relembrando vários aspectos seja do início do caminho de experiência, como também as possibilidades que nascem. Em seguida fizemos a partilha.
Na parte da tarde, falou-nos a Sra. Luiza Serva Dei que trabalha no arquivo da associação (e também aqui no arquivo do Centro Mariano e biblioteca) a palestra foi O ARQUIVO A SERVIÇO DA VIDA E DA MEMÓRIA. Seu trabalho è reunir todas as cartas, subsídios, tudo o que existe ao longo desses vinte anos de vida da ANSD em todos os lugares onde existe um grupo; como também a comunicação entre os grupos com as respectivas Irmãs assistentes e com a Irmã Assistente geral e provincial: carta, fotografias, as antigas fitas cassete, os antigos vídeos.
Algumas questões foram levantadas, como também uma sugestão de realizarmos, com um programa específico inclusive, comunicação online, vídeo conferencia, para ganharmos tempo e mais vida circulando.
Na seqüência, tivemos uma palestra de uma SMR, Ir Michela que falou sobre a Reparação numa ótica de unidade, visto que faz doutorado com essa tese. Mostrou o aspecto da reparação partindo do ecumenismo com uma pergunta: o que é reparação. Várias respostas foram dadas, a minha: reparar è uma ação precisa, intervenção precisa, (frase dita, depois de uma conversa que tive com uma mãe e pedagoga no mês passado ela assim definiu reparação quando lhe perguntei). E estive pensando sobre isso nestes dias. Agir de maneira precisa pois quando se conhece, é possível agir assim, daí uma possibilidade de resultado eficaz, com qualidade nascendo a alegria, a confiança a vontade de viver, amar, ser livre.
A Irmã me fez pensar, que neste ano de 2010 da Campanha da Fraternidade que é ecumênica, preparar a formação dos grupos, (para nós do Rio de Janeiro, também a formação nos primeiros sábados da equipe de reflexão a partir dessa ótica), Maria numa visão ecumênica, existem documentos e livros sobre o assunto.
Sábado à tarde foi intenso, um assunto específico, com o conselho ampliado da Sede Primária e o responsável nacional-Senhor Gaetano, e mais a responsável de um grupo da cidade chamada Adria ( perto de Rovigo ) Sra. Luiza, bem comprometida
Esta parte do encontro foi excelente, pois vimos à beleza de sentir-se família que se conhece e quer acerta os passos, foi lindo. Sempre com a presença de Ir. Beatriz da Nossa Senhora de Guadalupe e Ir Elvira da Costa do Marfin, onde temos um dos grupos mais antigo da congregação, Africanos e Africanas, mesmo sendo poucos membros, dos alguns analfabetos, são muito comprometidos. Irmã Elvira muito atenta pra levar o que esta acontecendo.
Segunda feira – estavam presentes: o Conselho da Sede Primária, composto por: Sr. Lúcio – presidente, Sra. Maria Stella, secretaria, Sra. Julia, ecônoma e Irmã Grazia Comparini. Em algum momento do dia, viria a Sra. Luigina associada daqui de Rovigo que colabora muito em vários aspectos junto à comunidade do Centro Mariano, também estavam as Irmãs Assistentes: Lucia da Itália, Beatriz da Província de Guadalupe, Elvira da África e Ir Maura Muraro, Delegada Geral. Como pauta do dia conversamos sobre a formação dos membros da Associação. Temos um subsidio feito por um grupo de Irmãs. Foi visto também o Ato de Empenho (o membro se compromete com a Associação Nossa Senhora das Dores – ANSD); houve troca de idéias sobre o Estatuto, visto que é um documento, é necessário um pouco de atenção em modificá-lo nos seus pontos fundamentais, mas rever a parte da organização. Especialmente o conselho da Sede Primária. Refletiu-se um dos números do Estatuto sobre a possibilidade da experiência dos\as associados\as viverem os conselhos evangélicos orientado\a pelo diretor espiritual (reflexão a luz do ato de empenho). Temos experiências de associadas que desejam fazer uma experiência alem do ser associada. Várias idéias, várias argumentações, em resumo, vimos que o caminho ainda está por ser definido, o importante é: o\a associada\o precisa ter seu diretor\a espiritual, uma Irmã Serva de Maria Reparadora pode ser essa pessoa, se faz necessário preparar-se, quando acontecer de fato (as experiências ate agora não nos dão condições de caminhar rumo a uma consagração = acolher a realidade de conselhos evangélicos), será necessário indicar melhor o que se deve fazer como Congregação.
Último dia do encontro estávamos os mesmos membros. Dia de continuar pensando e preparando o encontro de 2011 e de síntese desses dias e também de algumas definições (sempre em aberto): para o ano 2011, encontro aqui em Rovigo com os\as associados\as, como sugestão de data possível 15 novembro em diante, participação de membro\s dos grupos das realidades: África, Brasil ( duas províncias ), contribuição econômica dos grupos de todos os grupos, enviar à sede primaria, para exercitar o colocar em comum, ajudar para que venham membros, começar a pensar e escrever as experiência de como vivemos a reparação no concreto dos grupos. Para nós da América Latina, seria interessante o aspecto de viver a reparação nas experiências nos projetos sociais ou as varias expressões de experiências sociais. Como avaliação da participação desses dias: sensibilização do ser associado\a leigo\a dentro de uma congregação, à luz da experiência da apresentação do casal salesiano e das duas senhoras canossianas; foi ótima a palestra da Ir Miquela, sobre Reparação numa ótica ecumênica; a convivência entre as Irmãs\comunidade do centro mariano e os vários membros que vieram daqui da região ( Luiza, Gaetano, simpatizantes), a presença de algumas\várias irmãs assistentes,irmãs das comunidades vizinhas, convocadas pela assistente provincial - Ir Lucia que vieram um dia antes; o caminho feito e desenvolvido, não interrompido pelas atuais irmãs assistentes provinciais e geral.
Tudo dando graças a Deus por meio da mãe Maria.
Irmã Maria Monica Gomes Coutinho SMR

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

MENSAGEM DO PAPA BENTO XVI PARA O 44º DIA MUNDIAL DAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS


Queridos irmãos e irmãs!

O tema do próximo Dia Mundial das Comunicações Sociais – “O sacerdote e a pastoral no mundo digital: os novos media ao serviço da Palavra” – insere-se perfeitamente no trajeto do Ano Sacerdotal e traz à ribalta a reflexão sobre um âmbito vasto e delicado da pastoral como é o da comunicação e do mundo digital, que oferece ao sacerdote novas possibilidades para exercer o seu serviço à Palavra e da Palavra. Os meios modernos de comunicação fazem parte, desde há muito tempo, dos instrumentos ordinários através dos quais as comunidades eclesiais se exprimem, entrando em contacto com o seu próprio território e estabelecendo, muito frequentemente, formas de diálogo mais abrangentes, mas a sua recente e incisiva difusão e a sua notável influência tornam cada vez mais importante e útil o seu uso no ministério sacerdotal.
A tarefa primária do sacerdote é anunciar Cristo, Palavra de Deus encarnada, e comunicar a multiforme graça divina portadora de salvação mediante os sacramentos. Convocada pela Palavra, a Igreja coloca-se como sinal e instrumento da comunhão que Deus realiza com o homem e que todo o sacerdote é chamado a edificar n’Ele e com Ele. Aqui reside a altíssima dignidade e beleza da missão sacerdotal, na qual se concretiza de modo privilegiado aquilo que afirma o apóstolo Paulo: «Na verdade, a Escritura diz: “Todo aquele que acreditar no Senhor não será confundido”. […] Portanto, todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Mas como hão de invocar Aquele em quem não acreditam? E como hão de acreditar n’Aquele de quem não ouviram falar? E como hão de ouvir falar, se não houver quem lhes pregue? E como hão de pregar, se não forem enviados?» (Rm 10,11.13-15).
Hoje, para dar respostas adequadas a estas questões no âmbito das grandes mudanças culturais, particularmente sentidas no mundo juvenil, tornaram-se um instrumento útil as vias de comunicação abertas pelas conquistas tecnológicas. De fato, pondo à nossa disposição meios que permitem uma capacidade de expressão praticamente ilimitada, o mundo digital abre perspectivas e concretizações notáveis ao incitamento paulino: “Ai de mim se não anunciar o Evangelho!” (1 Cor 9,16). Por conseguinte, com a sua difusão, não só aumenta a responsabilidade do anúncio, mas esta torna-se também mais premente reclamando um compromisso mais motivado e eficaz. A este respeito, o sacerdote acaba por encontrar-se como que no limiar de uma «história nova», porque quanto mais intensas forem as relações criadas pelas modernas tecnologias e mais ampliadas forem as fronteiras pelo mundo digital, tanto mais será chamado o sacerdote a ocupar-se disso pastoralmente, multiplicando o seu empenho em colocar os media ao serviço da Palavra.
Contudo, a divulgação dos “multimídia” e o diversificado «espectro de funções» da própria comunicação podem comportar o risco de uma utilização determinada principalmente pela mera exigência de marcar presença e de considerar erroneamente a internet apenas como um espaço a ser ocupado. Ora, aos presbíteros é pedida a capacidade de estarem presentes no mundo digital em constante fidelidade à mensagem evangélica, para desempenharem o próprio papel de animadores de comunidades, que hoje se exprimem cada vez mais frequentemente através das muitas «vozes» que surgem do mundo digital, e anunciar o Evangelho recorrendo não só aos media tradicionais, mas também ao contributo da nova geração de audiovisuais (fotografia, vídeo, animações, blogues, páginas internet) que representam ocasiões inéditas de diálogo e meios úteis inclusive para a evangelização e a catequese.
Através dos meios modernos de comunicação, o sacerdote poderá dar a conhecer a vida da Igreja e ajudar os homens de hoje a descobrirem o rosto de Cristo, conjugando o uso oportuno e competente de tais meios – adquirido já no período de formação – com uma sólida preparação teológica e uma espiritualidade sacerdotal forte, alimentada pelo diálogo contínuo com o Senhor. No impacto com o mundo digital, mais do que a mão do operador dos media, o presbítero deve fazer transparecer o seu coração de consagrado, para dar uma alma não só ao seu serviço pastoral, mas também ao fluxo comunicativo ininterrupto da «rede».
Também no mundo digital deve ficar patente que a amorosa atenção de Deus em Cristo por nós não é algo do passado nem uma teoria erudita, mas uma realidade absolutamente concreta e atual. De fato, a pastoral no mundo digital há de conseguir mostrar, aos homens do nosso tempo e à humanidade desorientada de hoje, que «Deus está próximo, que, em Cristo, somos todos parte uns dos outros» [Bento XVI, Discurso à Cúria Romana na apresentação dos votos de Natal: «L’Osservatore Romano» (21-22 de Dezembro de 2009) pág. 6].
Quem melhor do que um homem de Deus poderá desenvolver e pôr em prática, mediante as próprias competências no âmbito dos novos meios digitais, uma pastoral que torne Deus vivo e atual na realidade de hoje e apresente a sabedoria religiosa do passado como riqueza donde haurir para se viver dignamente o tempo presente e construir adequadamente o futuro? A tarefa de quem opera, como consagrado, nos media é aplanar a estrada para novos encontros, assegurando sempre a qualidade do contacto humano e a atenção às pessoas e às suas verdadeiras necessidades espirituais; oferecendo, às pessoas que vivem nesta nossa era «digital», os sinais necessários para reconhecerem o Senhor; dando-lhes a oportunidade de se educarem para a expectativa e a esperança, abeirando-se da Palavra de Deus que salva e favorece o desenvolvimento humano integral. A Palavra poderá assim fazer-se ao largo no meio das numerosas encruzilhadas criadas pelo denso emaranhado das auto-estradas que sulcam o ciberespaço e afirmar o direito de cidadania de Deus em todas as épocas, a fim de que, através das novas formas de comunicação, Ele possa passar pelas ruas das cidades e deter-se no limiar das casas e dos corações, fazendo ouvir de novo a sua voz: «Eu estou à porta e chamo. Se alguém ouvir a minha voz e Me abrir a porta, entrarei em sua casa, cearei com ele e ele comigo» (Ap 3, 20).
Na Mensagem do ano passado para idêntica ocasião, encorajei os responsáveis pelos processos de comunicação a promoverem uma cultura que respeite a dignidade e o valor da pessoa humana. Este é um dos caminhos onde a Igreja é chamada a exercer uma “diaconia da cultura” no atual «continente digital». Com o Evangelho nas mãos e no coração, é preciso reafirmar que é tempo também de continuar a preparar caminhos que conduzam à Palavra de Deus, não descurando uma atenção particular por quem se encontra em condição de busca, mas antes procurando mantê-la desperta como primeiro passo para a evangelização. Efetivamente, uma pastoral no mundo digital é chamada a ter em conta também aqueles que não acreditam, caíram no desânimo e cultivam no coração desejos de absoluto e de verdades não caducas, dado que os novos meios permitem entrar em contacto com crentes de todas as religiões, com não-crentes e pessoas de todas as culturas. Do mesmo modo que o profeta Isaías chegou a imaginar uma casa de oração para todos os povos (cf. Is 56,7), não se poderá porventura prever que a internet possa dar espaço – como o «pátio dos gentios» do Templo de Jerusalém – também àqueles para quem Deus é ainda um desconhecido?
O desenvolvimento das novas tecnologias e, na sua dimensão global, todo o mundo digital representam um grande recurso, tanto para a humanidade no seu todo como para o homem na singularidade do seu ser, e um estímulo para o confronto e o diálogo. Mas aquelas apresentam-se igualmente como uma grande oportunidade para os crentes. De fato nenhum caminho pode, nem deve, ser vedado a quem, em nome de Cristo ressuscitado, se empenha em tornar-se cada vez mais solidário com o homem. Por conseguinte e antes de mais nada, os novos media oferecem aos presbíteros perspectivas sempre novas e, pastoralmente, ilimitadas, que os solicitam a valorizar a dimensão universal da Igreja para uma comunhão ampla e concreta; a ser no mundo de hoje testemunhas da vida sempre nova, gerada pela escuta do Evangelho de Jesus, o Filho eterno que veio ao nosso meio para nos salvar. Mas, é preciso não esquecer que a fecundidade do ministério sacerdotal deriva primariamente de Cristo encontrado e escutado na oração, anunciado com a pregação e o testemunho da vida, conhecido, amado e celebrado nos sacramentos sobretudo da Santíssima Eucaristia e da Reconciliação.
A vós, queridos Sacerdotes, renovo o convite a que aproveiteis com sabedoria as singulares oportunidades oferecidas pela comunicação moderna. Que o Senhor vos torne apaixonados anunciadores da Boa Nova na «ágora» moderna criada pelos meios atuais de comunicação.
Com estes votos, invoco sobre vós a proteção da Mãe de Deus e do Santo Cura d’Ars e, com afeto, concedo a cada um a Bênção Apostólica.

Vaticano, 24 de Janeiro – Festa de São Francisco de Sales – de 2010.
BENEDICTUS PP. XVI

domingo, 24 de janeiro de 2010

Cartaz da CF 2010


Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro (Mt 6,24). Com esta frase em destaque, o cartaz desta Campanha da Fraternidade representa o desafio de uma escolha cotidiana em nossa vida. O fundo escuro evoca a penumbra de um templo onde, no recolhimento da oração, as mãos em atitude de súplica diante de uma vela feita não de cera, mas de dinheiro, revelam o drama do ser humano que precisa de bens materiais para satisfazer suas necessidades, mas que pode também se tornar escravo da ganância. Aquelas mãos suplicantes dirigem uma prece a Deus, ou ao Dinheiro como se fosse Deus? É a luz de Deus que ilumina ou é o cintilar do ouro que atrai? O dinheiro é necessário no mundo dominado pelo mercado, onde tudo se compra e se vende. Precisa-se de dinheiro para comprar alimentos, roupa, para cuidar da saúde, para pagar o colégio, para adquirir a moradia e custear o lazer. O cintilar do ouro e das moedas, porém, se mistura facilmente com a ambição e o desamor. Você pode se tornar escravo dos bens materiais e depositar neles a sua segurança. Você pode viver acumulando dinheiro e propriedades como se deles dependesse a sua vida. Você não pensa que seus bens podem ser supérfluos e suas necessidades podem ser imaginárias, induzidas pela propaganda, pela moda, pelas promoções de fim de semana. Você também acaba esquecendo que há crianças abandonadas, pobres morando nas ruas, pessoas famintas e doentes, e fica cuidando do seu dinheiro como se fosse Deus, fechando os olhos sobre as necessidades do próximo. Este Cartaz convida você a se libertar da dependência dos bens materiais. A pôr a sua confiança em Deus. A fugir da ganância e do egoísmo. A cultivar sentimentos de fraternidade. A contribuir com o seu trabalho e os seus bens, para a construção de um mundo mais justo e solidário.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Oração CF 2010


Ó Deus criador, do qual tudo nos vem, nós te louvamos pela beleza e perfeição de tudo que existe como dádiva gratuita para a vida.
Nesta Campanha da Fraternidade Ecumênica, acolhemos a graça da unidade e da convivência fraterna, aprendendo a ser fiéis ao Evangelho. Ilumina, ó Deus, nossas mentes para compreender que a boa nova que vem de ti é amor, compromisso e partilha entre todos nós, teus filhos e filhas.
Reconhecemos nossos pecados de omissão diante das injustiças que causam exclusão social e miséria. Pedimos por todas as pessoas que trabalham na promoção do bem comum e na condução de uma economia a serviço da vida.
Guiados pelo teu Espírito, queremos viver o serviço e a comunhão, promovendo uma economia fraterna e solidária, para que a nossa sociedade acolha a vinda do teu reino.
Por Cristo, nosso Senhor.
Amém.

Hino CF 2010 Campanha da Fraternidade Composição: João Rothe Machado / Pe. José Weber, Svd

Jesus cristo anunciava por primeiro
Um novo reino de justiça e seus valores: (mt 4,17)
“vós não podeis servir a deus e ao dinheiro
E muito menos agradar a dois senhores”. (mt 6,24)

Voz de um profeta contra o ídolo e a cobiça:
“endireitai hoje os caminhos do senhor!” (mt 3,3)
Produzi frutos de partilha e de justiça! (lc 3,8.11)
Chegou o reino: convertei-vos ao amor! (mt 3,2)

Não é a riqueza nem o lucro sem medida
Que geram paz e laços de fraternidade; (lc 16,19-31)
Mas todo o gesto de partilha em nossa vida (mc 12,42-44)
Que faz a fé se transformar em caridade. (gl 5,6)

No evangelho encontrareis a luz divina,
Não no supérfluo, na ganância e na ambição.
Ide e vivei a boa-nova que ilumina (mt 7,21)
E a palavra da fraterna comunhão. (mt 18,20)

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Vida e esperança... Ampliar o espaço de sua tenda (Is. 54,2)


A luz da palavra de Deus a vida consagrada deve ser fonte, casa e tornar visível as maravilhas de Deus sendo presença viva de esperança capaz de matar qualquer sede, curar qualquer ferida, saciando todo desejo sedento de Deus e de amor, de liberdade e paz. Somos convidadas (os) a aumentar o espaço da nossa tenda, alargando o coração para acolher as pessoas de maneira que possam respirar aliviadas/os, sem medo para que as veias e os capilares tenham passagem livre com, mas oxigênio refrescante e puro, revitalizando desbloqueando os canais que os impedem fazer o seu processo natural com liberdade, tranqüilidade e segurança no amor de Deus.

O desafio é estar disposta (o) a desapegar-se das coisas, hábitos velhos para aprender novamente mudar por uma nova estrutura de liberdade e esperança.

Fincar as estacas com profundidade, na intimidade e amizade com Deus. Adquirir forças e acreditar Que Jesus é nosso guia, e Maria nossa mãe intercessora, e assim somos fortalecidas na fé, esperança, solidariedade e serviço, sendo presença de fraternidade. com a humanidade e em especial os esquecidos.

Jesus Cristo chamou quem ele quis! Porque confia nas nossas possibilidades, potencialidades que cada uma/um tem, mesmo conhecendo as fragilidades, limitações, e imperfeições do ser humano(Mc 3,13).para dar continuidade a sua missão no mundo.

Em fim todas(os) somos convidadas/os e privilegiadas/os a conhecer a pessoa de Jesus no más intimo da oração. Sem esse tempo, não posso, estar em sintonia com Deus e seu filho Jesus, não podemos viver o ser consagradas/os pois, estamos vivendo uma vida sem fundamento, dando maus exemplos de vida, no ser e no agir.

Ir. Maria Albina

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Missão das Irmãs Servas de Maria Reparadoras em Santa Rosa do Purus



Em Santa Rosa do Purus, a Congregação das Servas de Maria Reparadoras está inserida em uma missão muito desafiadora. A localização geográfica, as condições de transporte e a realidade de isolamento do município são fatores que constantemente apresentam situação de risco para as irmãs que desenvolvem atividades missionárias nesta realidade, haja vitso, que Santa Rosa do Purus está situada numa área de fronteira isolada do Estado e do Mundo, onde a população só tem acesso a dois tipos de transporte: Aéreo em aviões de pequeno porte e barcos clandestinos que navegam sem segurança e fiscalização. De avião o percurso do município para a capital é de uma hora e vinte minutos e de barcos são cinco dias de viagem viajando dia e noite no terceiro maior Rio da Amazônia tanto em volume de água como em extensão geográfica.
Em virtude da carência de pessoas qualificadas e habilidades para trabalhar na área da saúde e da educação do município nossa missão tem sido vinculada a Secretaria municipal de educação e a secretaria de saúde, como técnicas e especialistas nestas áreas, assumimos um serviço missionário profissional tanto com as comunidades indígenas como com as não-indígenas. Na área da saúde, desenvolvemos um trabalho preventivo, com muito respeito à crença na força da natureza, no uso da medicina natural praticada pelas culturas indígenas que acreditam na pajelança, nos rituais e na cura que vem por meio dos espíritos, quando são invocados através das danças de mariry, e dos rituais religiosos.
Na área da educação trabalhamos a proposta de educação diferenciada, considerando que a educação indígena compreende os processos pelos quais esses povos asseguram seus projetos de futuro, reproduzindo e reconstruindo a identidade, a tradição, os saberes, os valores, os padrões de comportamento e de relacionamento, na dinâmica própria de suas culturas.
Através da Secretaria de educação estamos elaborando e desenvolvendo vários projetos na área de meio ambiente: manejo de lagos, de rios, igarapés, de caça, palha, e madeira de lei, tudo para garantir a sobrevivência deste povo na floresta.
Antes das demarcações das terras indígenas não era necessário tanta preocupa com a preservação do meio ambiente e com a agricultura de substância nas aldeias, eram épocas de muita fartura de caça, peixe alimentos naturais extraídos da própria natureza. Quando os alimentos acabavam em um lugar a comunidade transferia-se para outro, e só retornava depois de muitos anos, quando a natureza já tinha se recomposto. Mais com as demarcações das terras indígenas cada comunidade recebeu sua área de terra e não pode mais migrar para outras terras, as caças e os peixes com o tempo se tornam escassas, assim como o palmito, cagaço, uricuri, pama, manixi, cajarana, bacuri, jarina, jenipapo e tantos outros frutos que eram utilizados como alimento nas comunidades indígenas. Por esta razão hoje as comunidades indígenas estão passando muitas necessidades, a fome é grande nas aldeias.
Tendo em vista nossa função de promover a vida, e a justiça social, sabemos que um sistema de saúde e de educação de qualidade é de fundamental importância o desenvolvimento das comunidades indígenas e não - indígenas do município, por esta razão tomamos a iniciativa de elaborar projetos de educação diferenciada, de manejo, de incentivo ao cultivo de plantas medicinas e agricultura de subsistência para que as comunidades indígenas tenham acesso a uma alimentação mais nutritiva de acordo com seus hábitos alimentares evitando problemas de saúde como anemia, desnutrição e outros.
E como presente de Deus neste contexto tão complexo, temos o privilegio de conhecer e compartilhar de forma concreta da missão do Frei Paolino nas margens do Rio Purus, de modo especial nas comunidades indígenas. Em suas viagens missionárias, Frei Paolino, sempre reserva um tempo para nos situar nesta realidade marcada por tantas contradições, muita pobreza, exploração, discriminação que tem origem, sobretudo, nas diferenças culturais e sociais. Como um mestre de solidariedade Pe. Paolino orienta-nos, incentiva-nos, é solidário às nossas dificuldades, compreende nossas limitações, mas sempre espera e exige uma ação corajosa de nossa parte frente aos desafios da missão.
Para a população de santa Rosa, Frei Paolino é um profeta visionário, cheio de compaixão e de indignação pelos sofredores e empobrecidos desta realidade. Ele sempre luta por uma sociedade assentada na justiça societária, onde a vida seja respeitada e reine a solidariedade e a fraternidade e não a injustiça e a desigualdade, onde a riqueza de poucos é feita à custa da pobreza de muitos.
E para nós servas de Maria Reparadoras, compartilhar da missão deste Servo de Maria, é ter oportunidade de rever nossos valores carismáticos, sobretudo no que se refere a simplicidade de vida, o despojamento, o desapego material...É assumir uma atitude de fé, fazendo a experiência do pobre vivendo a pobreza junto com eles, expostas aos desafios e aos riscos que a missão nos impõe com a certeza estamos dando continuidade ao projeto de missão almejado por Madre Elisa.
O trabalho com as comunidades indígenas é muito gratificante, principalmente para quem compreende que o convívio com outras culturas e de modo especial com as culturas tradicionais é uma porta que se abre para um mundo sem fronteira, para uma consciência planetária, onde as diferenças culturais, políticas, religiosas e econômicas se tornam oportunidades de crescimento pessoal, profissional e espiritual.
Santa Rosa do Purus é formada por uma população pluricultural. 60% dos habitantes do município são indígenas. São quatro etnias diferentes que falam idiomas diferentes,“é uma Torre de Babel”. Além disso, por estamos numa área de fronteira com Peru, temos também um grande número de imigrantes peruanos que vem para o Brasil em busca melhores qualidades de vida, e aqui ficam na maioria das vezes de forma clandestina, aculturados, tentando sobreviver. E neste contexto estamos inseridas, cheias de esperança, vivendo o nosso carisma e a nossa espiritualidade junto a este povo que luta pelo resgate de suas culturas, pela reafirmação de suas identidades, e melhores qualidades de vida. Nesta realidade evangelizamos e somos evangelizadas. A convivência com as culturas primitivas e o contato direto com a natureza nos reporta a uma experiência mística semelhante as das primeiras comunidades cristãs: onde tudo é partilhado, sobretudo a esperança...
Ir. Socorro Siqueira